Uma Pizza, como as de Nápoles, no Pelourinho
Se,
através da culinária, pode-se conhecer a cultura de um povo ou de uma região,
na Pizzaria Romolo Remo, no Pelourinho, é possível comer uma pizza do jeito que
é feita em Nápoles, cidade de origem da famosa iguaria italiana.
Imagens:
Gabriella Simões
Reportagem: Miguel Brusell
Se,
através da culinária, pode-se conhecer a cultura de um povo ou de uma região,
na Pizzaria Romolo Remo, no Pelourinho, é possível comer uma pizza do jeito que
é feita em Nápoles, cidade de origem da famosa iguaria italiana. Sob
responsabilidade do napolitano Massimo Longobardi, a aconchegante casa serve
uma pizza de massa fina, bastante crocante e leve.
Além
da facilidade de ficar ao lado do estacionamento garagem que tem entrada pela
Baixa do Sapateiro, a Romolo Remo fica na Praça que tem uma bela vista da
cidade e é bastante ventilada. No forno, um baiano de Salvador, o Valfredo é
responsável pela produção da pizzaria, mas todo o cardápio foi inspirado em uma
famosa pizzaria Napolitana.
Com
boa experiencia na cozinha, Massimo se tornou responsável pela pizzaria há
cerca de um ano. “A maior dificuldade é para achar os ingredientes que não
existem aqui. Tem alguns que é muito difícil e quando achamos é caro. Então,
temos que usar a criatividade. Temos que substituir por alguma coisa parecida”,
revela Massimo.
Um
bom exemplo é o Basílico, ingrediente básico da histórica Pizza Alla
Margherita, que, por lei de reserva de mercado e sanitária, não pode sair da
Itália. “Temos que improvisar com o manjericão que é o que mais se aproxima em
termos de aroma e sabor, mas não é a mesma coisa”, afirma, com propriedade,
Massimo.
Da
região de Nápoles, Massimo foi criado vendo o seu avô, que teve forte
influência na sua educação gastronômica, fazendo seu próprio vinho de consumo.
“Servimos aqui, a pizza com o mesmo conceito básico da região de sua origem. É
uma pizza leve, de fácil digestão, com a massa bastante fina e crocante. Você
pode comer a vontade que não fica entupido”, garante Massimo.
Tão
crocante que é até difícil de comer com garfo e faca. “No seu próprio conceito
e formato, a pizza foi feita para se comer de mão. Na Itália ninguém come pizza
de garfo e faca, todo mundo come de mão. Aqui no Brasil é que se usa talheres
para se comer pizza”, afirma o italiano.
Outro
mito desfeito pelo italiano é de que o vinho é a bebida para se comer com a
pizza. “Pode-se comer pizza com vinho, porque ele é uma bebida que harmoniza
com tudo, sem problemas, mas, o italiano tem o costume de comer pizza com
cerveja”, afirma o italiano.
História da Pizza
É
certo que desde a descoberta fermentação da massa de trigo e o forno, pelos
egípcios há seis mil anos, o homem começou a enriquecer os pães de forma
achatada com diversos ingredientes, como azeitonas, ervas aromáticas e outros.
Mas a pizza, como conhecemos hoje, surgiu no século XVI, quando os tomates,
oriundos da América, foram introduzidos na culinária européia.
Antes
disto, ainda na Idade Média, na região de Nápoles, era muito apreciado o
Lagano, uma massa de espessura muito fina, assada e cortada em tiras e cozida
com verduras. Embora se tratasse do antecessor do talharim, parece que entre as
variações do Lagano surgiu o conceito de picea, e não muito tempo depois
apareceria, na romântica Nápoles, a palavra pizza.
Considerada
alimento dos pobres do sul da Itália, era preparada com ingredientes baratos
como alho, peixes e queijo. A partir do século XVII, cozinheiros da região de
Nápoles começam a produzir a pizza, usando azeite, alho, muzzarela, anchova e
os pequenos peixes cicinielli. Alguns "artistas" da culinária
começavam a dobrar suas massas, inventando o célebre calzone.
Em
1830 foi aberta a primeira pizzaria Napolitana, chamada Port Alba. Em 1889, o
Rei Umberto I e a Rainha Margherita passaram o verão em Nápoles no palácio
Capodimonte. A rainha já havia ouvido falar muito no prato que se tornara
típico daquela cidade. Os comentários na corte eram todos excitantes, mas ela
mesma nunca havia provado uma pizza.
Foi,
então, chamado ao palácio um conceituado pizzaiolo, Don Raffaelo Esposito. Ele
e sua mulher foram apresentados ao casal real, conduzidos à cozinha e
imediatamente passaram a preparar sua especialidade. Ao final Don Raffaelo
ofereceu aos reis vários tipos de pizza, mas a que mais agradou a rainha foi
uma que irradiava as três cores nacionais da Itália verde, branco e vermelho,
ressaltadas pela muzzarela, pelo tomate e pelo basilicão.
Negociante
esperto, Don Raffaelo batizou-a de Pizza Alla Margherita, o que lhe rendeu
muitos lucros em seu restaurante e notoriedade histórica na culinária Italiana.
Juntamente com a Pizza Napolitana a Pizza Alla Margherita, fez Nápoles
conquistar a Itália, e logo, a Itália conquistar o mundo, através do meio mais
agradável, o paladar.
Uma Pizza, como as de Nápoles, no Pelourinho. |
Reportagem: Miguel Brusell
Labels
Degustei
Post A Comment
Um comentário :