Dia Mundial do Vinho: especialista comenta curiosidades sobre esse universo milenar e segredos desmistificados
Felipe Cesca, enólogo e coordenador de produtos
da Cantu Importadora, fala sobre a bebida e sua modernização ao longo dos anos.
Colaboração de texto: Gabriella Garland/Hercog
Colaboração de foto: Felipe Cesca
O vinho tem ganhado cada vez mais a preferência
entre as pessoas como bebida para acompanhar diferentes momentos e os enólogos
têm um papel muito importante nesse delicioso mundo. São eles que têm a
responsabilidade por todas as etapas de elaboração do vinho, desde acompanhar
as condições de clima, escolha do solo, variedade de uva, os métodos de
colheita e plantio, fermentação, engarrafamento e envelhecimento.
Para comemorar o Dia Mundial do Vinho,
celebrado em 18 de fevereiro, convidamos Felipe Cesca, enólogo e coordenador de
produtos da Cantu Importadora, para fazer um raio-x sobre a profissão, o
mercado e dar dicas preciosas para quem quer estudar e mergulhar de forma
profissional no universo dos vinhos.
“A história da minha família tem uma relação
muito próxima e íntima com a vitivinicultura, especialmente com cultivo da
vinha, pois a elaboração do vinho era apenas para consumo próprio. Desde
pequeno, lembro de brincar nos vinhedos e ver o vinho presente como parte dos
encontros da família”, relembra Cesca.
Sobre o mercado de vinho no Brasil, o enólogo
acredita que ainda é uma área de atuação em desenvolvimento, pois o mercado
está ganhando maturidade e buscando seriedade. “Quebrar as ‘lendas’ em torno do
vinho talvez seja o maior desafio para aproximar as pessoas dele. Mas é
perceptível como todos se apaixonam quando falamos do vinho como algo que
criamos, dedicamos amor e esforço para entregar um produto que vai encantar e
dar origem a ocasiões especiais para o consumidor, seja brindando seu
aniversário ou num jantar com amigos, sendo a peça que une as pessoas na mesa,
nos encontros”, completa o especialista.
Para quem tem interesse em começar no mundo do
vinho, Felipe Cesca separou algumas dicas, mas, para ele, o mais importante é
começar pelo vinho que mais agrada a pessoa, mesmo que seja algo muito simples,
mas é a porta de entrada para os próximos passos.
O sommelier afirma que ter uma garrafa de
espumante em casa é sempre uma boa pedida, para celebrar os encontros com
amigos ou até mesmo uma ocasião especial. A dica é o italiano Canti Prosecco,
um espumante leve e frutado, além de super refrescante, perfeito para dias
quentes.
“Além disso, um vinho branco ou rosé é quase
que indispensável como ‘vinho de cabeceira’, ou seja, que não pode faltar na
adega. Para quem procura um vinho de paladar mais delicado, a Torrontés, uva
símbolo da Argentina, traz vinhos leves, super aromáticos, refrescantes e
perfeitos para os apaixonados por vinhos e também aos iniciantes. Minha dica é
o Crios Torrontés, com chancela da renomada Susana Balbo, com aromas de frutas
cítricas e flores”, explica Felipe.
Já quando o assunto é o vinho tinto, o
sommelier enaltece uma das mais imponentes regiões produtoras do mundo: Rioja,
na Espanha, com vinhos mais intensos e encantadores. Os tintos com base da uva
Tempranillo seguem regras de maturação em barrica e garrafa muito específicas
da Denominação de Origem, que permitem enaltecer as características do terroir.
“Minha dica é o Ramón Bilbao Crianza, cuja maturação de 14 meses em barricas de
carvalho e outros 12 meses em garrafa permite que seus taninos fiquem maduros e
seu aroma ganhe notas especiarias, fechando com um paladar certamente único”,
afirma Cesca.
“Para a experiência ficar ainda melhor é
preciso lembrar que vinhos brancos, rosés e espumantes têm que ser consumidos
gelados, enquanto os vinhos tintos são levemente refrescados”, diz o
especialista. Quando o assunto é harmonização, Cesca é bem direto e objetivo.
“Pratos de sabor intenso ou com molhos de sabor forte pedem para acompanhar,
geralmente, os tintos como melhor opção. Por outro lado, os pratos mais leves,
à base de legumes, molhos claros, aves e peixes, convidam para serem
acompanhados por vinhos brancos ou rosés”, explica.
A facilidade de acesso à informação, novas tecnologias
e a possibilidade de estudos mais profundos mostram que o mundo do vinho também
se transforma nesse processo de modernização. Começa na escolha da variedade da
uva que melhor se adapta a cada tipo de solo, a escolha do nível de tostagem da
barrica e o tipo de carvalho, os equipamentos de filtração que permitem que o
vinho siga límpido e outros. As mídias digitais também ajudaram nesse processo,
permitindo que o consumidor possa ver o que acontece dentro dos vinhedos e tudo
que envolve o produtor.
Para quem quer se profissionalizar e seguir
carreira como enólogo, o segredo, segundo Cesca, é se dedicar e estar sempre
estudando e se atualizando, mas para consumir é tirar a gravata e mergulhar com
tudo. “O mundo dos vinhos abre portas para muitas oportunidades e segmentações
da profissão. Ao entrar na faculdade de enologia, busque por estágios em áreas
variadas, como varejo de vinícola, viticultura, laboratório, vinificação, setor
pesquisa, comercial e marketing. Após um tempo você saberá qual a que mais lhe
agrada e o sucesso será apenas consequência”, conclui.
Sobre a
Cantu Importadora
Conhecida como a maior importadora de vinhos do
Brasil, a Cantu possui 18 anos de operação B2B e presença nacional em mais de
15 mil pontos de venda, com mais de 400 rótulos de vinhos renomados em seu
portfólio. Seu propósito é trazer para o país grandes marcas de expressão
mundial. Na gama de produtos, são mais de 50 produtores de 14 países. Apresenta
valores e uma filosofia que permite à empresa trazer rótulos de vinhos de
extrema qualidade, contando com sólida estrutura logística e capacidade
operacional para atender todo o território nacional. A viabilidade da empresa
estabeleceu-se através de fortes parcerias, firmadas com grandes vinícolas do
mundo.
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Colaboração de foto: Felipe Cesca
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