Dia da Mentira: dez mitos sobre o mundo do vinho
Com tantas histórias e processos de elaboração,
essa bebida milenar é cercada por diversas lendas urbanas. Especialista
desvenda as mais populares.
Colaboração de texto e foto: Bruno Costa
Há rumores que o primeiro vinho foi produzido
há mais de sete mil anos. De lá para cá, muitas histórias se espalharam entre
os apaixonados pela bebida, entre as quais, algumas lendas urbanas que cercam a
degustação de muitos enófilos. “Apesar da vasta gama de conceitos e
informações, o universo dos vinhos não deve ser tido como algo complexo ou
difícil. Para explorá-lo, basta uma boa dose de disposição para conhecer as
mais diversas variações que um vinho pode apresentar e se encantar com
experiências e momentos incríveis”, afirma Marina Bufarah de Souza, sommelière
da Wine, maior clube de assinatura de vinhos do mundo.
Pensando nisso, a especialista selecionou as
dez principais questões que costumam gerar dúvidas e debates entre os
consumidores de vinhos. Descubra a seguir quais são.
1 - Quanto mais velho o vinho, melhor é
Mito. Não necessariamente, há vinhos de extrema qualidade que, logo após sua fabricação, já estão prontos para o consumo. São os que o mercado chama de “vinhos jovens”. São elaborações específicas que em pouco tempo ganham mais taninos e boa acidez. Em contrapartida, é verdade que há muitos vinhos que precisam de um tempo de guarda maior em garrafa para amadurecer mais os seus aromas e sabores. Para esses a afirmação é válida: quanto mais tempo guardar, melhor será a experiência.
“Cada vinho possui sua própria curva de
evolução, desde que nasce, alcança sua plenitude e começa a morrer. Por isso, é
importante checar também o tempo de guarda indicado pelo enólogo. Essa
informação está na ficha técnica do produto. No caso dos produtos Wine,
características como aromas, sabores e possibilidades de harmonização podem ser
encontradas em nossa revista ou no aplicativo”, observa Marina.
2 - Vinhos com tampa de rosca (screw cap) não
tem qualidade
Mito. A tampa de rosca foi desenvolvida para ser aplicada em vinhos que estão prontos para serem apreciados assim que chegarem ao mercado. É comum principalmente vinhos brancos, rosés e tintos jovens. O screw cap foi criado para suprir a demanda de rolhas no mundo. Ocorre que as rolhas convencionais são produzidas a partir da extração de madeira da árvore sobreiro, sendo que a oferta da espécie é menor do que a demanda, pois a árvore só se regenera a cada 9 anos. Com isso, seria inviável vedar todas as garrafas produzidas com esse tipo de rolha e os produtores encontraram outra solução. Interessante, não é?
3 - Quanto maior ou mais pesada a garrafa,
melhor o vinho
Mito. A aparência não é garantia de que o vinho será de qualidade. Muitos produtores utilizam garrafas maiores e mais pesadas para armazenar os seus vinhos mais caros, passando a ideia de nobreza, mas isso não significa que seja o mais indicado para o seu paladar. As garrafas mais pesadas são mais caras e implicam em custos mais altos de armazenagem e transporte, e em um mundo cada vez mais sustentável, os produtores têm passado a abrir mão dessas embalagens e preferido vidros mais leves ou garrafas elaboradas de outros materiais que não impactam tanto o meio ambiente. Ou seja, a partir de agora, será cada vez mais comum vermos garrafas mais simples, práticas e leves para os nossos vinhos.
4 - Todo espumante é um Champagne
Mito. Este é um clássico do mundo do vinho! Só podemos chamar de champagne o espumante produzido na região de Champagne, na França, devido uma legislação que protege e classifica esta região.
5 - Vinhos mais caros são os melhores
Mito. Podemos encontrar vários vinhos mais em conta e com excelente qualidade. Isso porque existem vários fatores que influenciam no preço dos vinhos, entre eles, a forma de cultivo e o rendimento por planta, a localização e a qualidade do terroir onde as uvas são cultivadas. O valor comercial de um vinho depende também se o rótulo terá ou não denominação de origem, do tempo de amadurecimento, da necessidade de armazenagem e até custos finais de transporte, importação e venda. Esse é o conjunto que vai determinar o preço de um vinho, ou seja, não depende exclusivamente de sua qualidade.
6 - Vinhos brancos não podem ser envelhecidos
Mito. Quando bem armazenados, os vinhos brancos com boa acidez e passagem por barricas de carvalho podem apresentar maior longevidade e envelhecer com qualidade. Por isso, lembre-se de manter as garrafas longe de luz direta e em local com temperatura controlada, como é o caso de adegas.
7 - Rosés são feitos a partir de sobras dos
tintos
Mito. Para chegar à cor rosada, é preciso que o mosto (parte interna da uva) fique em contato com as cascas por algumas horas. Esse tempo é curto e necessário apenas para imprimir a cor delicada que é característica dos vinhos rosés.
8 - Vinhos com sabor mais adocicados levam
açúcar em sua composição.
Mito. O sabor adocicado dos vinhos finos vem da própria uva e é formado pelo açúcar residual da fruta. Ou seja, o açúcar da fruta que não foi fermentado e transformado em álcool.
9 - Vinhos verdes são verdes
Mito. O vinho verde é uma Denominação de Origem de Portugal e só recebem esta classificação os vinhos que são obrigatoriamente produzidos às margens do Rio Minho, região essa conhecida como Vinho Verde. Seguindo as regras que compõem essa Denominação de Origem (D.O.), os vinhos verdes podem ser de diferentes tipos como brancos, rosés, espumantes e até tintos.
10 - Vinhos do porto são elaborados em Porto
Mito. O vinho do porto é produzido no Douro, região vitivinícola de Portugal e envelhecido em Vila Nova de Gaia, um porto onde os vinhos ficam armazenados para serem exportados.
Dicas de rótulos imperdíveis - Para você perder
esse preconceito de vez e se jogar no vinho, seguem dicas de rótulos
imperdíveis!
Um vinho
jovem, fresco e complexo
O Costero Reserva D.O. Valle de Leyda Syrah2019 é para paladares apreciadores e aventureiros que gostam de conhecer
projetos inovadores e fora do comum. Este exemplar é composto em 100% pela uva
Syrah proveniente do Vale do Leyda de vinhedos que ficam a 12 km do Oceano
Pacífico, ou seja, a brisa do mar marcada pelo frio da corrente de Humboldt
fornece condições ótimas para o desenvolvimento desta variedade. Os solos deste
vale são principalmente graníticos, portanto, geram vinhos vibrantes na boca e
com certas porcentagens de argilas vermelhas que conferem cremosidade e volume
ao paladar. Trata-se de um Syrah característico de clima frio, com notas
herbáceas e especiadas que entregam muita elegância, frescor e personalidade.
Além disso, é elaborado por Viviana Navarrete, eleita enóloga do Ano 2020 por
Tim Atkin!
Vedação
Screw Cap de alta qualidade
O vinho Que Guapo Malbec Syrah Bonarda 2021 é
um projeto desenvolvido pela renomada vinícola argentina Viña Las Perdices.
Este exemplar traz um blend mendocino moderno, jovem e descontraído das uvas
Malbec, Syrah e Bonarda, que ficou seis meses em barricas de carvalho francês e
americano para arredondar os seus taninos, agregar maior complexidade e
estrutura, sem perder as características naturais das uvas. É um exemplar que
alegra os olhos graças ao rótulo inspirado na colorida arquitetura do bairro La
Boca, em Buenos Aires. Por ser fácil de beber, torna-se ideal para harmonizar
as receitas do dia a dia e degustar informalmente com os amigos.
Excelente
custo X benefício
Para quem busca vinhos mais potentes e
estruturados com um excelente custo- benefício, é o Partridge Reserva EdiciónLimitada Cabernet Sauvignon 2020. É uma linha da renomada vinícola argentina
Viña Las Perdices com vinhedos situados em Mendoza, aos pés da imponente
Cordilheira dos Andes. O enólogo Juan Carlos Muñoz tem como filosofia de
produção combinar os conhecimentos tradicionais, respeito ao meio ambiente,
práticas sustentáveis e uso das melhores tecnologias para o cuidado especial
com as videiras, e também no processo de seleção das uvas e produção dos
vinhos. Elaborado com a espécie Cabernet Sauvignon, variedade francesa que se
adaptou muito bem no terroir argentino, esse exemplar faz parte de um projeto
de edição limitada da linha Reserva da Partridge. Após ser amadurecido doze
meses em barricas novas de carvalho francês, descansa por mais doze meses em
garrafa antes de ser comercializado. Isso agrega complexidade de aromas e
sabores, arredonda os taninos e amacia a bebida, além de exaltar as
características da uva Cabernet Sauvignon cultivada no terroir de Mendoza em um
vinho encorpado, intenso e admirável.
Borbulhas
para te acompanhar em qualquer momento
Espumante Ballade by Miolo Brut é um vinho
elaborado pelo Método Charmat que agrada os mais diversos paladares. É um
exemplar elaborado pela Miolo, vinícola brasileira reconhecida e premiada
internacionalmente. Sinônimo de qualidade, tradição e pioneirismo no plantio de
uvas finas no Brasil, a vinícola traz a paixão pela vitivinicultura e o desejo
de levar mundo afora o vinho fino brasileiro, sendo a maior exportadora de
vinhos do Brasil. A linha Ballade é produzida exclusivamente para a Wine, dando
origem a um espumante feito com as uvas Chenin Blanc, Sauvignon blanc e
Verdejo, vinificado pelo método Charmat na região tropical do Vale do São
Francisco, Bahia. É leve, expressivamente frutado e muito refrescante,
acompanha o seu ritmo, jeito e momento. Versátil, ele compõe muito bem momentos
leves e descontraídos, pratos mais gordurosos como frituras (devido à sua
acidez vibrante), petiscos e pratos mais leves e elaborados. Excelente como
aperitivo, ou em um brinde comemorativo! Vinho adequado para veganos.
A
versatilidade que você precisa para todos os momentos, em todos os lugares
Rosé é um vinho coringa! Como assim? Ele vai
bem com uma vasta possibilidade de pratos, além acompanhar com maestria eventos
que começam durante o dia e vão noite adentro e agradar com facilidade os mais
diversos paladares, incluindo aquela galera cervejeira que torce o nariz para o
vinho. Conheça o Fortant de France Terroir Littoral I.G.P. Pays d'Oc Grenache
Rosé 2020, que tem em seu nome uma referência à localização costeira. É uma
linha que representa bem o ar fresco do mar Mediterrâneo soprando sobre os
vinhedos, numa região com grande incidência solar, solos aluviais e brisas
vindas do mar que proporcionam saúde e excelente ponto de maturação para as
vinhas, originando vinhos frutados, com aromas expressivos e muita vivacidade.
Com um estilo jovem e frutado, é um rosé elaborado com a uva Grenache de vinhas
situadas na Indicação Geográfica Protegida Pays d'Oc, no sul da França. Passa
um mês em tanques de aço inox sobre as borras para ressaltar seu caráter
frutado e frescor para ganhar cremosidade e se apresentar como um vinho
frutado, vibrante e refrescante!
Dia da Mentira: dez mitos sobre o mundo do vinho. |
Mito. Não necessariamente, há vinhos de extrema qualidade que, logo após sua fabricação, já estão prontos para o consumo. São os que o mercado chama de “vinhos jovens”. São elaborações específicas que em pouco tempo ganham mais taninos e boa acidez. Em contrapartida, é verdade que há muitos vinhos que precisam de um tempo de guarda maior em garrafa para amadurecer mais os seus aromas e sabores. Para esses a afirmação é válida: quanto mais tempo guardar, melhor será a experiência.
Mito. A tampa de rosca foi desenvolvida para ser aplicada em vinhos que estão prontos para serem apreciados assim que chegarem ao mercado. É comum principalmente vinhos brancos, rosés e tintos jovens. O screw cap foi criado para suprir a demanda de rolhas no mundo. Ocorre que as rolhas convencionais são produzidas a partir da extração de madeira da árvore sobreiro, sendo que a oferta da espécie é menor do que a demanda, pois a árvore só se regenera a cada 9 anos. Com isso, seria inviável vedar todas as garrafas produzidas com esse tipo de rolha e os produtores encontraram outra solução. Interessante, não é?
Mito. A aparência não é garantia de que o vinho será de qualidade. Muitos produtores utilizam garrafas maiores e mais pesadas para armazenar os seus vinhos mais caros, passando a ideia de nobreza, mas isso não significa que seja o mais indicado para o seu paladar. As garrafas mais pesadas são mais caras e implicam em custos mais altos de armazenagem e transporte, e em um mundo cada vez mais sustentável, os produtores têm passado a abrir mão dessas embalagens e preferido vidros mais leves ou garrafas elaboradas de outros materiais que não impactam tanto o meio ambiente. Ou seja, a partir de agora, será cada vez mais comum vermos garrafas mais simples, práticas e leves para os nossos vinhos.
Mito. Este é um clássico do mundo do vinho! Só podemos chamar de champagne o espumante produzido na região de Champagne, na França, devido uma legislação que protege e classifica esta região.
Mito. Podemos encontrar vários vinhos mais em conta e com excelente qualidade. Isso porque existem vários fatores que influenciam no preço dos vinhos, entre eles, a forma de cultivo e o rendimento por planta, a localização e a qualidade do terroir onde as uvas são cultivadas. O valor comercial de um vinho depende também se o rótulo terá ou não denominação de origem, do tempo de amadurecimento, da necessidade de armazenagem e até custos finais de transporte, importação e venda. Esse é o conjunto que vai determinar o preço de um vinho, ou seja, não depende exclusivamente de sua qualidade.
Mito. Quando bem armazenados, os vinhos brancos com boa acidez e passagem por barricas de carvalho podem apresentar maior longevidade e envelhecer com qualidade. Por isso, lembre-se de manter as garrafas longe de luz direta e em local com temperatura controlada, como é o caso de adegas.
Mito. Para chegar à cor rosada, é preciso que o mosto (parte interna da uva) fique em contato com as cascas por algumas horas. Esse tempo é curto e necessário apenas para imprimir a cor delicada que é característica dos vinhos rosés.
Mito. O sabor adocicado dos vinhos finos vem da própria uva e é formado pelo açúcar residual da fruta. Ou seja, o açúcar da fruta que não foi fermentado e transformado em álcool.
Mito. O vinho verde é uma Denominação de Origem de Portugal e só recebem esta classificação os vinhos que são obrigatoriamente produzidos às margens do Rio Minho, região essa conhecida como Vinho Verde. Seguindo as regras que compõem essa Denominação de Origem (D.O.), os vinhos verdes podem ser de diferentes tipos como brancos, rosés, espumantes e até tintos.
Mito. O vinho do porto é produzido no Douro, região vitivinícola de Portugal e envelhecido em Vila Nova de Gaia, um porto onde os vinhos ficam armazenados para serem exportados.
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