Mercado de vinhos nacionais impulsiona vinícolas boutique
Entre especialistas no "garimpo" de
novos rótulos, loja Vinhos Nacionais atende quem procura qualidade e
exclusividade.
Colaboração de texto e foto: Josi Quevedo/Smart Com
Em um mercado consumidor com apetite crescente
por vinhos, virou mania degustar rótulos exclusivos, impulsionando o chamado
“garimpo” da bebida. Para se ter uma ideia, em fevereiro de 2022, os vinhos
finos chegaram a 1,2 milhão de litros no Brasil, uma marca 34,39% maior do que
em fevereiro de 2021, segundo a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
Mas qual o potencial desse mercado, um dos que mais crescem no país?
Além da descoberta da vontade de beber um
produto nacional, o que vem marcando presença no comércio de vinhos é o gosto
específico por descobrir raridades da viticultura. Por isso, o trabalho de
lojas no garimpo da bebida é essencial para a ativação de uma cadeia comercial
que evidencia pequenos produtores Brasil afora. Quando falamos em “pequenos”,
isso não se refere necessariamente ao volume de vendas, e sim ao contexto das
“vinícolas boutiques”, que produzem pequenos lotes para um seleto grupo de
consumidores.
Esse é o caso do produtor André Tonet,
proprietário da Cave de Angelina, linha de vinhos finos e de espumantes,
localizada em Nova Pádua (RS). O negócio com a vindima e a vinícola leva o nome
da avó de André, que começou a produzir vinhos, e passou a técnica ao filho,
Osvaldo Tonet. No caso de André, a abertura da vinícola é relativamente
recente. O produtor conta que trabalhava com consultoria em vinhos e decidiu ir
para a produção em 2019. Ao ser descoberto pela maior loja de rótulos
brasileiros no país, a Vinhos Nacionais, ele entrou em um circuito distinto de
vendas.
“Começamos a parceria há quatro anos, com os
vinhos tintos, trabalhando só com rótulos exclusivos, numa produção pequena: no
ano passado, produzimos 13 mil garrafas, entre espumantes e vinhos. Nosso
objetivo é chegar a uma produção terroir robusta, que expresse a nossa região”,
conta Tonet.
A parceria com a loja Vinhos Nacionais e seu
clube de assinantes agregou, principalmente, visibilidade a uma produção
pequena. Foi por meio do Clube de Assinatura Vinhos Nacionais que os produtos
da Cave de Angelina começaram a circular em todo o Brasil.
“O clube alcança todos os estados, e assim
temos acesso ao cliente seleto que queremos: alguém que preza, acima de tudo,
por um produto único, e temos observado um crescimento ano a ano. É muito
satisfatório receber em nossa sede clientes de todo o país que se encantaram
com nossos vinhos”, comemora Tonet.
Entre os destaques da vinícola está o tipo
Chardonnay, cuja produção do vinho Domans 1931 teve 30% do lote de 600 garrafas
destinadas prioritariamente para a Vinhos Nacionais. A Cave de Angelina também
pretende plantar as uvas Malbec e Tannat nos próximos anos, entre outras.
“Em 2023, vamos apostar no Cabernet Franc, por
acreditarmos na variedade, que pode render ótimos rótulos. Na nossa região,
essa uva tem uma história bonita desde os anos 1950, com uma variedade que tem
tudo para entrar para a DO – Denominação de Origem dos Altos Montes, um
certificado que leva 10 anos para ser obtido, por ser muito criterioso”,
projeta.
Para
empresário que atua na venda dos vinhos, qualidade é requisito básico
Leonardo Curra, CEO da Vinhos Nacionais,
destaca a alta qualidade do vinho Chardonnay Domans 1931, cujo lote exclusivo
teve todas as vendas esgotadas. “A história da Cave de Angelina é bem
surpreendente, pois o André era enólogo e, quando montou o projeto da vinícola,
o incluímos em nosso radar. Contávamos com um produto peculiar, ao estilo do
que a Vinhos Nacionais comercializa”, explica Leonardo, referindo que o Domans
é um vinho mais gastronômico, com passagem por madeira, que foi um sucesso no
clube.
Diante do negócio competitivo, as próprias
vinícolas procuram a marca Vinhos Nacionais para serem incorporadas ao portfólio
da loja ou do clube. “Trabalhar com vinhos brasileiros se tornou um
diferencial, tendo como prioridade a categoria do vinho e, por isso, somos
visados por produtores em uma escala considerável”, comenta.
Para entrar na seleção da Vinhos Nacionais, os
produtores podem enviar amostras e, caso sejam escolhidos, integrarão a adega.
“Essa escolha é feita por mim e o César Curra, também sommelier, e a partir daí
os encaixamos em um dos planos do clube. Mas é fundamental que tenha qualidade
e exclusividade”, finaliza.
Sobre a loja Vinhos Nacionais
Mercado de vinhos impulsiona vinícolas boutique. |
A Vinhos Nacionais é a maior loja exclusiva de vinhos brasileiros, e tem a frente a
curadoria dos sommeliers Leonardo e César Curra. É especializada na seleção e
venda de vinhos e conta com mais de 1800 rótulos. Opera por meio da loja
física, em um amplo e elegante espaço, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, e
também pela loja virtual. A marca tem o serviço Clube Vinhos Nacionais, com
sócios que recebem mensalmente vinhos selecionados de acordo com os planos inspirados
na vindima: Plantação, Brotação, Floração e Maturação. A Vinhos Nacionais é
frequentemente indicada entre as cinco melhores lojas do Rio Grande do Sul e
César Curra foi eleito Personalidade do Vinho 2021, pela Associação Brasileira
de Sommeliers – Seção RS (ABS-RS).
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